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Mais uma vez Dep. Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) se Contradiz no Caso BNDES

O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, apresentou nesta quarta-feira (09/07/2008) uma nova versão para a doação de um apartamento pelo ex-conselheiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), João Pedro de Moura, a ONG Meu Guri, presidida pela mulher de Paulinho, Elza Pereira.

Paulinho e Moura são acusados de participar de um esquema de desvio de recursos do BNDES. A quadrilha foi desmantelada pela Polícia Federal durante a Operação Santa Tereza.

Até terça-feira (08/07/2008), Paulinho sustentava a versão de que o apartamento foi doado por Moura à ONG. O imóvel, estimado em R$ 80 mil, não foi utilizado pela instituição e acumulou dívidas de impostos e taxas por alguns anos. O deputado argumentava que Moura resolveu, então, recomprar o apartamento por R$ 37,5 mil, abatendo as dívidas.

Na retomada do depoimento nessa quarta-feira, Paulinho trocou a versão apresentada até agora. Segundo ele, Moura assinou na verdade uma procuração para que Elza Pereira vendesse o imóvel. O dinheiro da venda iria para os cofres da ONG Meu Guri.

Segundo a nova versão do deputado, ele disse a Moura que não seria justo ele deixar as crianças sem nada, depois de doar o apartamento. “Aí nós dissemos que ele não podia levar o apartamento e não deixar nada para as crianças e aí ele fez uma doação de R$ 37,5 mil. Não era justo que ele apenas pegasse o apartamento de volta”, contou o deputado.

A operação suspeita abre margem para interpretações da Polícia Federal. Uma delas é que o valor se refere na verdade a duas partes de uma propina de aproximadamente R$ 18 mil, que era paga para os integrantes do esquema de desvios do BNDES.

Aí fica claro que na verdade o que o Paulino deseja é encobrir e ter justificativa para o recebimento dessas parcelas. Quero ver como ele vai explicar as demais parcelas.

Para quem não se lembra o Paulinho da Força era o candidato a vice-presidente na chapa encabeçada por Ciro Gomes, nas eleições presidências de 2002, mas teve que desistir do pleito ainda da data, por ter seu nome envolvido em uma serie de acusações feitas à época pela revista Época.  Por causa dessas acusacoes renunciou à chapa.

Veja mais sobre o caso envolvendo Paulinho à epoca (2002).

Veja a materia da Revista Época e os esclarecimentos dados por Paulinho, em 2002.

 

 

As investidas de Paulo Pereira da Silva, em negócios obscuros não são de hoje.

Fernand Koda

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Há Indícios de Envolvimentos de Parlamentares e Funcionários do BNDES no Esquema de Fraudes, Conforme Ministério Público Federal

A procuradora da República Adriana Scordamaglia afirmou, na sede do Ministério Público Federal em São Paulo, que parlamentares, funcionários do Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES), assessores e pelo menos onze prefeituras paulistas podem estar envolvidos com o esquema de fraudes em financiamentos do banco, prostituição e tráfico de pessoas, investigadas na operação de ”Santa Tereza”, da Polícia Federal. A procuradora afirmou que os funcionários do BNDES, ainda não identificados, foram citados nas interceptações telefônicas e também existem pessoas, igualmente ainda não identificadas pela polícia, que trocaram e-mails com os envolvidos e que estão sendo investigadas.

A operação da Polícia Federal investigou uma organização criminosa, que fazia uso de pessoas com influência política no BNDES, para conseguir a liberação de empréstimos para prefeituras e empresas, e que se aproveitavam de projetos falsos elaborados por uma empresa de consultoria. O dinheiro recebido do BNDES era usado em uma casa de prostituição e de tráfico de mulheres, em São Paulo, e então era legalizado (ou “lavado”).

Nessas investigações, foram comprovadas fraudes em pelo menos três financiamentos solicitados junto ao BNDES: dois para melhorias na rede varejista Marisa e outro para obras da prefeitura de Praia Grande, na Baixada Santista. “Apenas nesses três empréstimos, os envolvidos receberam R$ 2 milhões de propinas”, disse Adriana Scordamaglia.

De acordo com a procuradora, as investigações da Polícia Federal também apontam para a participação no esquema do deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical. “A suspeita é que ele faz parte também do desvio de verbas do BNDES”, disse. Segundo ela, a suspeita de participação do deputado surgiu quando o nome Paulinho foi citado mais de uma vez durante o monitoramento telefônico.

“Há indícios de que seja ele pelas ramificações das investigações. Na verdade, em algumas vezes não foi só citado o nome Paulinho. O nome foi citado em um contexto em que se faz supor que seja ele”, afirmou a procuradora.

O BNDES informou que ainda não foi notificado pelo MPF a respeito “de qualquer suposto envolvimento de funcionários do banco nesse caso” e disse que só se pronunciará depois da notificação.

Já a Força Sindical, em nota, afirmou que o deputado Paulo Pereira da Silva está “sendo vítima, mais uma vez, de implacável perseguição política, cujo único objetivo é impedir que mantenha, como sempre, sua independência política e sua luta incansável na defesa dos direitos dos trabalhadores brasileiros” e que as denúncias “são descabidas”.

Por ter foro privilegiado, o deputado só poderá ser investigado caso haja autorização do Supremo Tribunal Federal (STF).

Fernand Koda

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Coronel da reserva avisa Dep. Paulo Pereira da Silva sobre Operação da PF sobre o BNDES

Segundo a Polícia Federal, o coronel da reserva da Polícia Militar Wilson de Barros Consani Júnior, tentou avisar Paulinho (PDT-SP), na véspera da “Operação Santa Tereza” através de ligação para celular de um familiar do deputado Paulo Pereira da Silva. “Avisa o Paulinho que amanhã vai ter alguma coisa, uma operação da Polícia Federal que pode envolver o pessoal do partido”.

Wilson de Barros Consani Júnior não sabia que ele próprio estava sendo investigado e monitorado pela PF, que o aponta como um dos operadores do esquema de desvio de verbas do BNDES. 

Os grampos da PF, que chegaram em CD ao Ministério Público Federal, mostram que o coronel fez esforço intenso para informar integrantes da organização criminosa sobre a missão federal que sairia às ruas dali a algumas horas, na manhã de 24 de abril, para cumprir 11 mandados de prisão – inclusive do lobista João Pedro de Moura, amigo e ex-assessor de Paulinho.

Em outro telefonema, disse que a operação tinha como meta negócios relativos à ONGs. “Parece que sujou, a informação é lá de dentro, envolve a WE e o negócios das ONGs.” A WE é a boate que a organização teria usado para lavar dinheiro ilícito. A PF suspeita que um policial amigo de Consani “cuidou” de avisar o grupo sobre a aperação secreta.
 
Fernand Koda

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Operação “Santa Tereza”, da Polícia Federal, flagra envolvimento do Dep. Paulo Pereira da Silva – Presidente da Força Sindical

Na manhã do dia 24/04/2008, a Policial Federal deflagrou a chamada “Operação Santa Tereza”, que investiga esquema de desvio de recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Inicialmente, o alvo da PF era tráfico de mulheres e prostituição, mas no decorrer das investigações ou indícios de envolvimentos bem maiores e que se relacionavam com pessoas que montaram quadrilha que desviavam dinheiro do BNDES, resultado de financiamentos e empréstimos a diversas prefeituras e empresas privadas.

O inquérito corre na 2ª Vara Federal Criminal de São Paulo. Foram presas 9 pessoas e entre elas estava um dos advogados mais famosos de São Paulo, Ricardo Tosto. A PF fez buscas e apreensões em 18 locais suspeitos, procurando provas que incriminem os acusados.

Segundo a PF, os desvios chegavam a 5% dos valores que eram emprestados a prefeituras. Um dos empréstimos no qual teria sido flagrado, o desvio era de R$ 130 milhões, para uma prefeitura de Praia Grande/SP, cidade da baixada santista. Outros 2 empréstimos investigados, de R$ 220 milhões, foi concedido para reformas das Lojas Mariza, famoso comércio varejista.

Tosto, que tem entre seus clientes o deputado federal Paulo Maluf, é conselheiro do BNDES. Ele representa a Força Sindical no conselho do banco.

Prostituição

As investigações que resultaram na operação “Operação Santa Tereza” começaram em dezembro de 2007 para apurar denúncias sobre tráfico de mulheres e exploração de prostituição. Em nota, a PF afirma que desde o início da apuração, os policiais constataram que alguns dos investigados mantêm uma casa de prostituição em São Paulo, com faturamento elevado, constatado por cadernos e anotações de caixa, chegado a valores superiores a R$ 760 mil reais. A casa de prostituição era a forma de fazer a “lavagem” do dinheiro desviado.

Segundo a PF, “O prostíbulo somente se mantém em funcionamento porque seus proprietários oferecem, de forma contínua, vantagens ilícitas a autoridades e servidores públicos responsáveis pela fiscalização. Contra essa prática criminosa as investigações serão aprofundadas”, diz um trecho da nota.

Nas investigações, nas escutas telefônicas (autorizadas pela justiça federal) e nos relatórios da PF, várias vezes é citado o nome do Deputado Federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP). Ele é presidente da Força Sindical.

A assessoria de imprensa da Força Sindical emitiu nota dizendo que seu presidente é vítima de perseguição política, por causa de contrariar interesses das elites, como o reajuste do valor do salário mínimo, jornada de trabalho e outras ações “em prol dos trabalhadores brasileiros”. Ele ainda vem recebendo apoio das demais centrais sindicais.

O procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, decide nos próximos dias se vai abrir inquérito, ou não, para investigar o deputado.

Hoje (06/05/2008), a Executiva Nacional do PDT se reuniu em Brasília e ouviu as explicações do deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical (PDT-SP), sobre o seu possível envolvimento com o desvio de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) descoberto pela Polícia Federal durante a Operação Santa Tereza. Depois de ouvir o parlamentar, os membros da executiva disseram que o partido está solidário a Paulinho porque não vê indícios que possam incriminá-lo no relatório da Polícia Federal sobre o caso. Lembramos que a executiva nem leu o inquérito para saber se ele tem envolvimento ou não. Só confiou na palavra do Paulinho. Incrível.

A tentativa do deputado em desmerecer o trabalho da Policia Federal fica evidente quando diz que a “a PF serve a interesses da elite, que dele se vingam e para subverter os ganhos de qualidade na vida dos trabalhadores”. Apesar de simbolicamente ter tentado abrir o próprio sigilo telefônico e bancário, desdenha das ordens públicas quando diz que “não é investigado pela PF e sim apenas citado”.

A PF não o investiga diretamente, nem o acusa porque sabe que o parlamentar tem foro privilegiado (que é para esses casos de mau versacao do dinheiro publico) e que so pode ser investigado pela Supremo Tribunal Federal).

Pensamos que o fato poder atrapalhar o nobre deputado em sua tentativa de concorre a prefeitura de São Paulo, brincando ainda com o fato de “poder lhe render mais votos”. Porém pode ter razão, pois a cidade de São Paulo é conhecida por sempre colocar em cargo eletivo o ex-prefeito Paulo Maluf, hoje deputado federal, envolvido em inúmeros processos de corrupção e desvio de dinheiro público.

Fernand Koda

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