Arquivo do dia: domingo, 27, abril, 2008

Síndrome de Estocolmo : A natureza humana não se reconhece

Quando vejo falar de pessoas que se identificam com os autores dos crimes que são vítimas, a princípio acho muito estranho, porque primeiramente sempre há chances de fugir ou chamar a atenção de alguém.

O que chama atenção é o fato de agüentar anos e até décadas em silêncio.

Não sei se o medo absoluto faz com que a vítima não reaja, mesmo imaginado que o que seria pior : morrer, machucar ou sofrer abusos físicos, psicológicos ou emocionais ?

Ontem o austríaco Josef Fritzl, 73 anos foi obrigado a se entregar na policia, após libertar a filha Elisabeth Fritzl, hoje com 42 anos, e que é mãe de supostos 7 filhos (um faleceu de complicações no parto) dele. Ele a violentava desde quando ela tinha 11 anos de idade.

Josef Fritzl a manteve em cativeiro por 24 anos, dentro de um porão, na área de sua própria casa, sem a mulher percebesse (mãe de Elisabeth) percebesse. O que é inacreditável. Isso aconteceu na cidade de Amstetten, localizada a 130 km de Viena.

A polícia austríaca realizou exames de DNA que comprovarão se Fritzl é o verdadeiro pai das crianças ou se há mais pessoas envolvidas no caso, conforme suspeita o chefe de policial local, Franz Polzer.

Essas sao situções variadas da chamada Síndrome de Estocolmo (Stockholm Syndrome), estado psicológico particular desenvolvido por pessoas que são vítimas de seqüestro. A síndrome se desenvolve a partir de tentativas da vítima de se identificar com seu captor ou de conquistar a simpatia do seqüestrador.

Foi um assalto a banco, em 1973, que deu origem ao nome da síndrome. A síndrome recebe seu nome em referência ao famoso assalto de Norrmalmstorg do Kreditbanken em Norrmalmstorg, Estocolmo, que durou de 23 de agosto a 28 de agosto de 1973. Neste acontecimento, as vítimas continuavam a defender seus captores mesmo depois dos 6 dias de prisão física terem terminado e mostraram um comportamento reticente nos processos judiciais que se seguiram. O termo foi cunhado pelo criminólogo e psicólogo Nils Bejerot, que ajudou a polícia durante o assalto, e se referiu à síndrome durante uma reportagem. O termo então passou a ser adotado por psicólogos e jornalistas do mundo inteiro.

A síndrome é relacionada a captura da noiva e tópicos semelhantes na antropologia cultural.

As vítimas começam por identificar-se emocionalmente com os sequestradores, a princípio como mecanismo de defesa, por medo de retaliação e/ou violência. Pequenos gestos gentis por parte dos captores são frequentemente amplificados porque, do ponto de vista do refém é muito difícil, senão impossível, ter uma visão clara da realidade nessas circunstâncias e conseguir mensurar o perigo real. As tentativas de libertação, são, por esse motivo, vistas como uma ameaça, porque o refém pode correr o risco de ser magoado. É importante notar que os sintomas são consequência de um stress físico e emocional extremo. O complexo e dúbio comportamento de afetividade e ódio simultâneo junto aos captores é considerado uma estratégia de sobrevivência por parte das vítimas.

É importante observar que o processo da síndrome ocorre sem que a vítima tenha consciência disso. A mente fabrica uma estratégia ilusória para proteger a psique da vítima. A identificação afetiva e emocional com o sequestrador acontece para proporcionar afastamento emocional da realidade perigosa e violenta à qual à pessoa está sendo submetida. Entretanto, a vítima não se torna totalmente alheia à sua própria situação, parte de sua mente conserva-se alerta ao perigo e é isso que faz com que a maioria das vítimas tente escapar do sequestrador em algum momento, mesmo em casos de cativeiro prolongado.

Não são todas as vítimas que desenvolvem traumas após o término da situação.

O caso mais famoso e mais característico do quadro da doença é o de Patty Hearst, que desenvolveu a doença em 1974, após ser seqüestrada durante um assalto a banco realizado pela organização militar politicamente engajada (o Exército de Libertação Simbionesa). Depois de libertada do cativeiro, Patty juntou-se aos seus captores, indo viver com eles e sendo cúmplice em assalto a bancos.

A síndrome pode se desenvolver em vítimas de sequestro, em cenários de guerra, sobreviventes de campos de concentração, pessoas que são submetidas a prisão domiciliar por familiares e também em vítimas de abusos pessoais, como mulheres e crianças submetidas a violência doméstica e familiar.

Há o recente caso de Wolfgang Priklopil, austríaco que raptou Natasha Kampusch quando esta tinha 10 anos e a manteve em cativeiro por 8 anos, a sujeitando a tortura psicológica e abuso sexual. Natasha defendeu o seu raptor, chegando inicialmente a rejeitar a família.

As bandas Yo La Tengo, Muse, Milburn e Blink-182, fizeram músicas inspiradas nessa síndrome.

No Brasil, um caso que chamou atençao foi o do sequestro da filha de Sílvio Santos (dono do SBT), Patrícia Abravanel, que, ao dar entrevistas, lembrava com afeto dos seus captores.

A síndrome de Estocolmo pode muito bem ser identificada na literatura infantil, no clássico conto dos Irmãos Grimm, “A bela e a Fera” que conta a história de uma garota bonita e inteligente que é vítima de cárcere privado por uma Fera, e por fim desenvolve um relacionamento afetivo e se casa com a Fera.

Fernand Koda

(parte deste texto foi extraido da Wikipédia).

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Deputado Federal Ciro Gomes agradece a Deus

Semana passada, lendo uma matéria no Jornal do Brasil, na qual o digníssimo Dep. Federal Ciro Gomes (presidenciável/2010) dizia, entre outras coisas, que agradeceu a Deus por não ter sido eleito para Presidente em 2002 (alusão à competência do Pres. Lula em manter alta a sua popularidade, em detrimento aos casos de corrupção em seu Governo).

Quero dizer sobre esse assunto que eu também agradeço a Deus por ele não ter sido eleito naquela época, pois acreditei nas suas palavras e até votei nele.

Mas hoje, 2008, vou agradecer a Deus mais ainda, se ele não for mais eleito. Nem ele, nem algum parente seu, do tipo do irmão, Governador do Ceará, Cid Gomes, que recentemente patrocinou uma excursão pela Europa com Assessores e a família (incluindo-se ai a Sogra). Tudo com o dinheiro público.

Onde está a indignação dos cidadãos do Ceará, que não respondem à altura. Não fiquem esperando a Câmara de Deputados não. É com vocês mesmos. A Eleição ta aí.  A justiça não resolve. Talvez a divina ajude.

Peço a Deus.

Fernand Koda

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Retrospecto do Jogo – Cruzeiro 5 X Atlético 0 – 27/04/2008.

Cruzeiro X Atlético – Mineiro/2008 – 27/04/2008.

O jogo não me surpreendeu. O Cruzeiro foi muito bem taticamente e no primeiro tempo ocupou os espaços livres do campo. No segundo foi só contra-ataques, como já previa ontem (comentei exatamente isso, o que aconteceu no jogo). Destaque para Wagner que foi o cabeça do time. Apoiou e atacou com um fôlego acima da média. Fez o seu (o gol) merecidamente. Merece vaga na seleção brasileira. Ramires apresentou bem, foi melhor no segundo tempo e ainda fez um golaço por cobertura. Me impressionei com a colocação na área do Marcelo Moreno, tanto que no terceiro gol, se o Marquinhos (do Galo) não fizesse contra, provavelmente ele marcaria. Já no primeiro gol que fez, mostrou raça e não desistiu da jogada, até que a bola entrou, batendo nele. Gol dele.

A marcação sobre o Danilinho funcionou e o Marques, fora de ritmo, não apareceu pra jogar. O time do Atlético é fraco, individualmente. Coletivamente não se encontrou.

O Fábio foi impecável hoje, segurança e boas defesas. Guilherme perdeu um gol cara-a-cara. Danilinho um pênalti. Só que depois o Guilherme fez o seu (o gol).

O trio de arbitragem estrangeira (São Paulo) não complicou. O polêmico Paulo César de Oliveira. Foram bem. Deu tranqüilidade para o clássico.

A defesa do time do Cruzeiro foi eficiente. Foi bem o Marquinhos Paraná. Espinoza seguro, estilo becão da roça. Vi dar uns 3 ou 4 chutões. Beque é isso.

Jogo Histórico, pelo placar : 5 X 0.

Veja os gols da partida (Cruzeiro 5 X Atlético 0)

FICHA TÉCNICA

Local: Mineirão – Belo Horizonte (MG)
Data: 27 de março de 2008, domingo
Horário: 16 horas (de Brasília)
Árbitro: Paulo César de Oliveira (SP)
Assistentes: Elisa Correia Barbosa e Emerson Augusto de Carvalho (ambos de SP)

CARTÕES: Xaves (Atlético); Thiago Heleno, Marquinhos Paraná e Ramires. (Cruzeiro)

GOLS: Marcelo Moreno, aos 12 minutos, Marcos (contra), aos 18 e Ramires, aos 38 minutos do primeiro tempo. Guilherme, aos 23 e Wagner, aos 33 do segundo tempo.

ATLÉTICO-MG: Juninho; Gérson (Renan), Leandro Almeida, Marcos e Thiago Feltri (Agustín Viana); Márcio Araújo, Xaves, Rafael Miranda, Danilinho; Marques e Renan Oliveira.
Técnico: Geninho

CRUZEIRO: Fábio; Marquinhos Paraná, Thiago Heleno, Espinoza e Jadílson; Henrique, Charles (Fabrício), Ramires e Wagner; Marcelo Moreno (Leandro Domingues) e Guilherme.
Técnico: Adílson Batista

 

Fernand Koda

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